No conheo seu nome ou paradeiro
Adivinho seu rastro e cheiro
Vou armado de dentes e coragem
Vou morder sua carne selvagem
Varo a noite sem cochilar, aflito
Amanheo imitando o seu grito
Me aproximo rondando a sua toca
E ao me ver voc me provoca
Voc canta a sua agonia louca
gua me borbulha na boca
Minha presa rugindo sua raa
Pernas se debatendo e o seu fervor
Hoje o dia da graa
Hoje o dia da caa e do caador
Eu me espicho no espao feito um gato
Pra pegar voc, bicho do mato
Saciar a sua avidez mestia
Que ao me ver se encolhe e me atia
Que num mesmo impulso me expulsa e abraa
Nossas peles grudando de suor
Hoje o dia da graa
Hoje o dia da caa e do caador
De tocaia fico a espreitar a fera
Logo dou-lhe o bote certeiro
J conheo seu dorso de gazela
Cavalo brabo montado em plo
Dominante, no se desembaraa
Ofegante, dona do seu senhor
Hoje o dia da graa
Hoje o dia da caa e do caador